De acordo com Ricardo Chimirri Candia, as mudanças climáticas impõem desafios inéditos à engenharia de infraestrutura. Enchentes, secas prolongadas e eventos extremos tornaram-se mais frequentes e intensos, exigindo soluções que antecipem riscos e aumentem a resiliência das obras. Adaptar os projetos às novas condições ambientais deixou de ser uma tendência: é hoje uma necessidade para garantir a sustentabilidade e a segurança de intervenções públicas e privadas.
Diante desse cenário, o planejamento de obras deve incorporar variáveis climáticas desde a fase inicial. A seguir, apresentamos três aspectos fundamentais para compreender como tornar a infraestrutura mais resiliente frente às mudanças do clima.
Como diagnosticar vulnerabilidades e riscos climáticos em projetos de engenharia?
O primeiro passo para adaptar uma obra às novas condições climáticas é identificar as vulnerabilidades do território. Isso envolve a análise de dados meteorológicos, do histórico de desastres naturais e das áreas suscetíveis a enchentes, deslizamentos ou escassez hídrica. Um diagnóstico preciso evita erros de concepção e retrabalhos futuros.

Segundo Ricardo Chimirri Candia, a engenharia deve se basear em modelos climáticos atualizados e estudos geotécnicos regionais para orientar decisões técnicas. Ignorar essas variáveis aumenta o risco de falhas prematuras, com impactos sobre comunidades e finanças públicas. Assim, incorporar o diagnóstico climático ao planejamento é essencial para garantir obras seguras, duráveis e ambientalmente responsáveis.
Quais soluções técnicas tornam as obras mais resilientes a eventos extremos?
Com o agravamento dos eventos climáticos, as soluções tradicionais já não são suficientes. É preciso investir em tecnologias e materiais mais resistentes, sistemas de drenagem eficientes, estruturas elevadas em áreas de risco e técnicas de reuso de água em regiões sujeitas à seca. O foco deve estar na resiliência e adaptabilidade das obras ao longo do tempo, reduzindo custos de manutenção e prolongando sua vida útil.
Para Ricardo Chimirri Candia, essa adaptação requer atualização constante das normas técnicas e capacitação dos profissionais. O uso de sistemas construtivos flexíveis, que permitam ajustes futuros sem necessidade de reconstrução, é um exemplo de prática inteligente. Entre as soluções de destaque estão pavimentos permeáveis, reservatórios urbanos de retenção de águas pluviais e edificações projetadas para suportar ondas de calor extremas.
Como integrar políticas climáticas ao planejamento e execução de infraestrutura?
Integrar políticas públicas de adaptação climática aos projetos de infraestrutura é um passo decisivo para transformar diretrizes ambientais em ações concretas. Isso implica revisar legislações urbanas, zoneamentos, processos de licenciamento ambiental e normas técnicas de contratação pública. Somente com esse alinhamento será possível garantir obras preparadas para os desafios do clima e proteger as comunidades mais vulneráveis.
Como enfatiza Ricardo Chimirri Candia, a cooperação entre engenheiros, gestores públicos, urbanistas e ambientalistas é essencial para consolidar essa nova abordagem. Além disso, fundos climáticos e parcerias com organismos internacionais podem viabilizar projetos adaptados, especialmente em regiões de maior risco. Essa articulação fortalece a resiliência coletiva e estimula a inovação no setor de infraestrutura.
Por que adaptar obras aos riscos climáticos é um compromisso com o futuro?
As mudanças climáticas deixaram de ser uma hipótese distante para se tornarem uma realidade incontornável que redefine o modo como planejamos, projetamos e executamos obras. Enfrentar esse cenário exige critérios técnicos rigorosos, soluções resilientes e uma integração efetiva entre engenharia e meio ambiente. Como ressalta Ricardo Chimirri Candia, adaptar obras aos riscos climáticos é um compromisso com o futuro das cidades e a segurança das populações.
Mais do que reagir às mudanças, é preciso planejar com visão de longo prazo, incorporando o clima como uma variável central no desenvolvimento urbano e territorial. Projetos que adotam essa perspectiva contribuem para reduzir vulnerabilidades, proteger vidas e otimizar recursos públicos, construindo cidades mais sustentáveis e preparadas para o futuro.
Autor: Cowper Persol