O Brasil alcançou um marco histórico nas Paralimpíadas de Paris 2024, encerrando a disputa no top 5 do quadro geral de medalhas. Com um total de 89 pódios, sendo 25 medalhas de ouro, o país ficou atrás apenas de potências como China, Estados Unidos, Reino Unido e Holanda. Este resultado representa um avanço significativo para o esporte paralímpico brasileiro.
A delegação brasileira, composta por 280 atletas, foi a maior já enviada para uma competição fora do Brasil, superada apenas pelos Jogos do Rio 2016. Entre os participantes, 255 eram atletas com deficiência, acompanhados por 19 atletas-guia, três calheiros da bocha , dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo. A presença feminina também foi marcante, com mulheres representando 45% dos atletas convocados.
As Paralimpíadas de Paris contaram com a participação de cerca de 4.400 atletas de todo o mundo, competindo em 22 modalidades. Este evento marcou a segunda vez que a França sediou uma Paralimpíada, na primeira sendo os Jogos de Inverno de 1992. A competição foi um retorno à normalidade, com público presente, após os Jogos de Tóquio terem sido realizados a portas fechadas devido à pandemia.
Entre os destaques brasileiros, Gabriel Araújo e Carol Santiago brilharam na natação, enquanto Petrúcio Ferreira e Claudiney Batista se destacaram no atletismo. O judô também trouxe resultados expressivos, com Alana Maldonado e Willians Araújo conquistando o ouro. O halterofilismo foi outro ponto alto, com Tayana Medeiros quebrando discos e garantindo o ouro.
Além das conquistas individuais
As Paralimpíadas de Paris não introduziram novos esportes, mas expandiram os programas de badminton e taekwondo, com um número recorde de eventos de medalhas para mulheres. No total, foram disputadas 549 medalhas de ouro, com 168 delegações participantes, incluindo estreantes como Eritreia, Quiribati e Kosovo.
Atletas da Rússia e Bielorrússia competiram sob bandeira neutra, sem representar oficialmente seus países, devido às avaliações relacionadas à guerra na Ucrânia. Essa decisão permitiu que até 90 concorrentes da Rússia e oito da Bielorrússia participassem, desde que não apoiassem o conflito.
As raízes das Paralimpíadas remontam a 1948, quando Sir Ludwig Guttman recebeu especificações esportivas para veteranos da Segunda Guerra Mundial. Desde então, o evento cresceu exponencialmente, tornando-se um palco global para atletas com deficiência, promovendo inclusão e superação. O desempenho do Brasil em Paris 2024 é um testemunho do potencial e da dedicação dos atletas paralímpicos do país.