Para o CEO Lucio Winck, entender como as crianças reagem às perdas durante as brincadeiras é essencial para criar brinquedos que também eduquem emocionalmente. Em uma geração acostumada a recompensas imediatas e estímulos constantes, ensinar que nem sempre se vence é mais do que necessário, é urgente. A frustração, muitas vezes evitada, pode ser uma aliada poderosa no desenvolvimento da resiliência infantil.
Ao brincar, a criança testa limites, aprende regras e experimenta vitórias e derrotas. Brinquedos que incluem desafios, sorte ou decisões estratégicas criam oportunidades valiosas para lidar com o “não deu certo”. Esse tipo de experiência, quando mediada de forma adequada, ajuda a construir um emocional mais preparado para a vida. Perder em um jogo pode ser o primeiro passo para compreender o valor do esforço, da persistência e do recomeço.
Por que é tão difícil aceitar a perda na infância?
A dificuldade em lidar com a perda vem da ideia, muitas vezes reforçada no ambiente familiar, de que a felicidade está sempre atrelada ao sucesso. Quando os pequenos vencem o tempo todo, criam uma falsa expectativa de que o mundo real seguirá esse padrão. O CEO Lucio Winck aponta que, ao permitir que a criança perca de forma segura e respeitosa, estamos apresentando a realidade de maneira didática e construtiva.
A frustração, quando bem conduzida, também educa. Brinquedos com regras claras, em que ganhar e perder fazem parte do processo, são essenciais para desenvolver maturidade emocional. Jogos de tabuleiro, dinâmicas com tempo limitado ou mesmo brinquedos que exigem cooperação e negociação colocam a criança em contato com suas emoções e ensinam a lidar com elas.

Quais brinquedos realmente ajudam nesse aprendizado?
Jogos em que o acaso tem papel importante, como dados, cartas ou sorteios, são ótimos para mostrar que nem tudo está sob nosso controle. O CEO Lucio Winck destaca que brinquedos bem projetados para essa finalidade trabalham tanto o emocional quanto o raciocínio lógico. A frustração, nesse caso, vem acompanhada de compreensão: perder não significa ser incapaz, mas parte do processo.
O mais importante é que os adultos não interfiram para “consertar” o jogo ou impedir a perda. O aprendizado só se consolida quando a frustração é sentida, acolhida e compreendida. É nesse processo que a criança desenvolve resiliência, aprende a lidar com desafios e percebe que os erros também fazem parte do crescimento.
Como os pais e responsáveis podem reforçar essa lição?
O papel dos adultos é fundamental. A maneira como reagem à frustração da criança define como ela irá lidar com essas emoções no futuro. Segundo o CEO Lucio Winck, brinquedos são ferramentas, mas é o adulto quem ajuda a decodificar as mensagens por trás das derrotas. Validar os sentimentos e mostrar que errar ou perder faz parte do caminho são atitudes que fortalecem a confiança e a autonomia.
Criar um ambiente onde a frustração é vista com naturalidade ajuda a criança a não se sentir inferior ou incapaz. Essa experiência forma adultos mais equilibrados, empáticos e preparados para a complexidade da vida. Além disso, fortalece a autoconfiança, a capacidade de tentar novamente e o entendimento de que os desafios são parte essencial do amadurecimento.
Crescer também é perder (e aprender com isso)
A infância não precisa ser feita só de conquistas. Ela pode (e deve!) incluir desafios e decepções, desde que mediadas com carinho e propósito. O CEO Lucio Winck enfatiza que brinquedos que provocam, frustram e ensinam são aliados importantes de pais e educadores na formação de crianças mais conscientes e resilientes.
Ao estimular o contato saudável com a perda, criamos um espaço onde o erro não gera vergonha, e sim aprendizado. O brincar, quando bem orientado, vira um laboratório emocional seguro, onde perder não é o fim, mas parte de um caminho muito mais amplo: o de crescer com coragem, empatia e maturidade.
Autor: Cowper Persol